Recorde de roubos de cargas no estado do Rio gerou custo de R$ 619 mi em 2016

Os casos de roubos de cargas no estado do Rio têm gerado significativos prejuízos à economia fluminense, com custos de R$ 619 milhões no ano passado. No período, as ocorrências atingiram o terceiro recorde consecutivo nos últimos 25 anos. De acordo com estudo produzido pelo Sistema FIRJAN, nos últimos seis anos, a cada 1h35min, foi registrado um roubo de cargas.

Riley Rodrigues, gerente de Estudos de Infraestrutura da Federação, destaca que esse quadro é nocivo à competitividade da indústria, trazendo impactos para toda a sociedade. “Os roubos geram perdas de produção e elevam os custos com frete, ocasionando aumento do preço final das mercadorias. Além disso, regiões com grande incidência passam a ser evitadas e a população local enfrenta risco de desabastecimento”, disse, em apresentação feita na reunião do Conselho Empresarial de Defesa e Segurança da FIRJAN.

O estudo aponta como causa do crescimento dos roubos uma nova estrutura do crime organizado no estado do Rio, que identificou nesse tipo de crime uma fonte alternativa de financiamento ao tráfico de drogas. Por outro lado, faltam às forças de segurança condições adequadas de trabalho nos principais pontos onde são registrados os roubos, com baixo efetivo de policiais e falta de materiais e equipamentos. Um exemplo desse problema está na redução do efetivo da Políicia Rodoviária Federal no estado, que caiu 36% nos últimos cinco anos.

Segundo Rodrigues, o combate aos roubos passa pela punição a todos os elos do crime, com sanções mais rigorosas para os crimes de receptação, armazenamento e venda dos produtos roubados.

No estado do Rio, a Baixada Fluminense é a região com maior avanço de ocorrência desses crimes, revela o levantamento da FIRJAN. Carlos Erane de Aguiar, presidente do Conselho, defendeu que é necessário fortalecer a presença policial nas estradas fluminenses, de forma a inibir a ação de criminosos.

“É preciso um esforço imediato e conjunto, pois há indústrias que já fazem planos para sair da Baixada. Os roubos afastam investimentos. Se não tivermos estradas fortes e policiadas, aumentaremos o prejuízo do setor produtivo. Os custos com seguros têm subido e são muito preocupantes”, alertou o empresário, que também preside a Representação Regional FIRJAN/CIRJ na Baixada Fluminense I e a Condor Tecnologias Não Letais.

A fim de chamar atenção para o tema, a FIRJAN promoveu evento na RR Baixada Fluminense II, em Duque de Caxias, para debater os dados mapeados da região. O encontro, realizado em 7 de fevereiro, contou com a presença de secretários municipais da região, das polícias Rodoviária Federal, Civil e Militar, e da Fetranscarga.

Propostas

O combate ao roubo de cargas é um pleito do Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro 2016-2025, e a FIRJAN defende a adoção de uma série de medidas para enfrentar o problema.

Entre as iniciativas propostas está o fortalecimento do efetivo policial nas áreas de maior incidência do crime, e permitir que empresas inscritas na dívida ativa do estado possam realizar os pagamentos por meio da dação de equipamentos e serviços destinados a garantir o bom funcionamento das forças policiais.

Outra medida sugerida é a criminalização do jammer, aparelho bloqueador de sinais que impede o rastreamento dos caminhões, quando utilizado fora das especificações previstas em lei, e a implantação de uma Política Nacional de Combate ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas para melhor integrar as forças de segurança, entre outras medidas.

A discussão do tema no Conselho Empresarial de Defesa e Segurança da FIRJAN aconteceu em 16 de fevereiro, na sede da Federação.

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